Polícia Civil desencadeia operação contra “pirateiros” de sementes de milho e soja em quatro estados

Polícia Civil desencadeia operação contra “pirateiros” de sementes de milho e soja em quatro estados
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Na manhã desta quarta-feira (04/12/2024), cerca de 120 policiais civis e 15 agentes fiscais agropecuários deflagram operação policial que visa combater o comércio de sementes falsificadas e “pirateadas” nos Estados do Rio Grandeo do Sul, São Paulo, Bahia e Minas Gerais.

A investigação, que tramita sob a responsabilidade da DRACO de São Luiz Gonzaga/RS, descortinou um esquema criminoso sofisticado de falsificação e pirateamento de sementes de milho e soja. De acordo com o Delegado Heleno dos Santos, a investigação teve início quando uma grande cooperativa local procurou a DRACO para noticiar uma fraude que lesou diversos agricultores na região. De acordo com o relato, um corretor de sementes de São Luiz Gonzaga/RS ofertou duas cargas com 1500 sacas de milho de alto rendimento, que foram adquiridas e revendidas a diversos produtores da região. Ocorre que a safra foi totalmente perdida, pois as sementes vendidas eram falsificadas (grãos e sementes de baixíssima qualidade).

Conforme destaca o Delegado Heleno dos Santos, titular da DRACO de São Luiz Gonzaga/RS, “as investigações comprovam que um grupo de empresários golpistas do ramo agrícola de São Luiz Gonzaga/RS, Santo Cristo/RS, Luís Eduardo Magalhães/BA e Barreiras/BA se uniram para ‘transformar’ grãos que iriam para a indústria de ração ou alimentos, ou sementes de baixíssima qualidade, em produtos muito similares visualmente a sementes conhecidas no meio agrícola por sua elevada produtividade. Os golpistas se aproveitaram de um nicho do mercado agrícola, que se caracteriza pela grande demanda de sementes de alto rendimento e, aproveitando-se disso, enganavam os produtores, vendendo-lhes falsas sementes, de reduzida produtividade, por serem apenas grãos usados para ração animal ou sementes danificadas/quebradas, de reduzido valor comercial”.

No caso do milho falsificado, uma saca de grãos comuns ou sementes de baixa qualidade, adquiridas na Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso ou Tocantins, que tinha um custo de pouco mais de R$ 100,00, tinha esses grãos pintados (para parecer da marca falsificada) e embalada em sacos falsificados com a logomarca da empresa vítima, sendo revendida a um preço aproximado de R$ 1.200,00 – um lucro de mais de R$ 1.000,00 por saca.

Participam da ação ainda a PRF, as Secretarias/Agências de Agricultura e Pecuária dos
Estados do estados acima citados.

O Esquema falsificava sementes, embalagens e documentação com sofisticação – empresas gráficas, escritório de contabilidade e profissional da computação gráfica figuravam entre os associados do esquema criminoso.

As sacas usadas na falsificação imitavam de forma quase perfeita as sacas originais – eram falsificadas no Estado de SP e na Bahia, em gráficas que são alvo de buscas. Depois de ensacadas, as falsas sementes eram transportadas em caminhões da organização criminosa até o RS e outros Estados (MS, MT e RS), onde eram revendidas a pessoas físicas e jurídicas do ramo agrícola.

O esquema contava com representantes comerciais e corretores, que procuravam as cooperativas e produtores vítimas, intermediando as vendas. Além desses, o grupo criminoso ainda usava pessoas jurídicas que atuavam na função de “laranjas”, para que as sementes falsificadas chegassem até os agricultores. Para burlar a fiscalização, os criminosos falsificavam documentos fiscais e agropecuários. Um escritório de contabilidade de São Luiz Gonzaga/RS uma profissional da computação em Carlos Barbosa/RS eram os encarregados de tais falsificações, sendo que suas casas e escritórios também foram alvos das buscas.

Fonte: Polícia Civil.