Em meados de abril, Hannover, na Alemanha, foi sede da maior feira internacional de tecnologia industrial, que anualmente expõe as principais tendências em tecnologia, incluindo soluções para superar desafios globais. No evento, o pesquisador Cerrolarguense Charles Steinmetz esteve participando como expositor.
Natural da Linha Santa Cruz, interior de Cerro Largo, Charles se formou em computação. Iniciou os estudos na graduação em Sistemas de Informação na Universidade Franciscana (Unifra), em Santa Maria. Na sequência se aperfeiçoou com o mestrado em Computação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre. Atualmente está na fase final do doutorado na Universidade de Oldenburg, na Alemanha. ”Esta trajetória internacional tem sido fundamental para o meu crescimento profissional e acadêmico”, disse em entrevista.
FEIRA DE HANNOVER
Charles reside na Alemanha desde 2016. A oportunidade para participar como expositor da maior feira industrial do mundo surgiu por meio de projeto em que esteve envolvido pela Universidade de Oldenburg, denominado AGEDA. ” O projeto é financiado pelo Ministério da Economia e Ação Climática (BMWK) e foca no desenvolvimento de novas tecnologias para a mobilidade do futuro. O Ministério seleciona projetos inovadores para representá-los em eventos importantes como a feira de Hannover, o que proporcionou ter a chance de expor o trabalho ao público”, disse ao mencionar que anteriormente participa de edições do evento como espectador.
Apresentado da Feira, o objetivo do trabalho realizado foi estabelecer uma plataforma de software robusta que permita o desenvolvimento de novas funcionalidades para veículos, abrindo possibilidades para serviços inovadores para os usuários. No estande da feira, um carro elétrico que recebeu o software esteve em exposição. ”O veículo exposto na feira é projetado para operar de maneira autônoma em áreas rurais. Ele pode acoplar-se com outros veículos similares conforme a demanda, semelhante aos vagões de um trem. O carro líder na formação tem a capacidade de gerar energia, carregando os outros enquanto se movimentam. Isso elimina a necessidade de paradas frequentes para recarga e é especialmente vantajoso em áreas rurais, onde os transportes convencionais, como ônibus grandes, costumam operar com baixa ocupação”, disse.
Ainda segundo o pesquisador, o tamanho do carro pode ser ajustado de acordo com a demanda. Outro ponto relevante é a possibilidade dos usuários agendarem o horário em que gostariam de ser transportados, um cenário ideal para quem não dirige e precisa se locomover em distância maiores.
Além disso, o software é projetado para permitir que futuros veículos comuniquem entre si de maneira segura, compartilhando percepções sobre o ambiente ao redor e facilitando um trânsito mais colaborativo. Isso inclui a troca de informações sobre a infraestrutura viária, como condições das ruas e alertas de áreas de perigo, o que pode contribuir para ações preventivas de manutenção por órgãos públicos e uma condução mais segura em áreas de risco como escolas ou bairros em que crianças estão brincando. A capacidade de intercâmbio de informações não só melhora a experiência de condução, como também apoia a mobilidade autônoma, promovendo maior segurança e eficiência”, ressaltou.
Em fase de estudo, Charles enalteceu que essas opções ainda podem demorar anos para serem implementadas no cotidiano das pessoas. Porém, existe a expectativa de testes sobre o funcionamento até o final do ano, realizadas em zonas rurais da Alemanha.
DE CERRO LARGO PARA O MUNDO
Para o pesquisador, participar da feira mundial foi uma experiência enriquecedora, podendo representar o país e a cidade em que nasceu. ”Nesse palco global, é uma honra que traz consigo uma sensação de responsabilidade e orgulho. Apesar de eu trabalhar em um time com diversas nacionalidades, sou um dos poucos aqui que teve o privilégio de andar de carro a boi e atualmente estar envolvido em projetos que trabalham com o futuro da mobilidade”, disse.
Como profissional atuando na área de pesquisa, Charles enalteceu que estar envolvido em projetos que têm o poder de moldar diretamente a realidade das pessoas é gratificante. Além disso, defendeu que cada produto ou ação desenvolvida e apresentada em feiras representa uma ponte entre o conhecimento teórico e suas aplicações práticas, impactando a vida das pessoas. ”Isso não só desafia continuamente minhas habilidades e conhecimento, mas também proporciona uma plataforma para promover mudanças significativas e positivas no mundo. Portanto, estar nesse ambiente é extremamente gratificante e motiva constantemente meu crescimento e dedicação na área”, finalizou.
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