Modelo de previsão da ocorrência de praga do milho é desenvolvido por mestranda da UFFS Cerro Largo

Modelo de previsão da ocorrência de praga do milho é desenvolvido por mestranda do Campus Cerro Largo
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A fim de investigar uma praga que tem provocado muitas perdas na safra de milho, Claudete Teixeira, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Tecnologias Sustentáveis e colaboradora da Rede Técnica de Cooperativas (RTC), desenvolveu sua dissertação voltada para a problemática da cigarrinha do milho. Por estar inserida nesse setor, ela voltou seu olhar para o campo e as necessidades dos produtores e cooperativas gaúchas, unindo sua área de atuação, com a inovação do cooperativismo e a sustentabilidade ambiental.

Para o estudo, Claudete utilizou dados, cedidos pela RTC, da população de insetos presentes nas lavouras do Rio Grande do Sul, referentes aos anos de 2021 a 2023. O primeiro registro da ocorrência da cigarrinha no RS ocorreu em 2020. Por meio dos dados fornecidos, ela pode estudar a dinâmica populacional da praga e suas interações com fatores ambientais, e constatou que temperaturas mais elevadas favoreceram o desenvolvimento da praga. Com isso, desenvolveu um modelo de correlação com as variáveis meteorológicas, levando em consideração a temperatura do ar.

O modelo de predição desenvolvido emite alertas de risco alto, médio ou baixo para ocorrência da cigarrinha para os dias seguintes, abrangendo o Rio Grande do Sul. Com o indicativo de alerta para determinada região, a recomendação é que o agricultor passe a fazer o monitoramento diário da lavoura, para não ser surpreendido com a proliferação e, assim, tomar a decisão mais assertiva no momento da aplicação de defensivos agrícolas na lavoura de milho, para controle da cigarrinha.

Com a união de esforços entre SmartCoop, FecoAgro/RS, RTC, Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) e UFFS, foi possível disponibilizar essa ferramenta. Para Claudete, “esse avanço representa um marco significativo na proteção dos cultivos de milho no Rio Grande do Sul, oferecendo aos agricultores uma vantagem estratégica na gestão de suas lavouras e reduzindo o impacto ambiental”.

O Rio Grande do Sul é o sexto maior produtor nacional de milho e depende de outros estados para suprir sua cadeia produtiva. Dados da Emater indicam que na safra atual, a produção seja cerca de 5,2 milhões de toneladas de milho, com elevação de 31% em relação ao ciclo passado. As perdas econômicas causadas pela cigarrinha são substanciais, refletindo não apenas na renda dos agricultores, mas também na economia regional e nacional. A redução na produção de milho devido a danos causados pela praga podem levar a aumentos nos preços dos alimentos e afetar negativamente toda a cadeia de abastecimento, desde os produtores até os consumidores finais.

Além das perdas econômicas, há também impactos ambientais a considerar, como o uso indiscriminado de defensivos agrícolas para controlar a cigarrinha, o que pode resultar em contaminação do solo, da água e até mesmo afetar a biodiversidade local. Portanto, entender a dinâmica populacional da cigarrinha e desenvolver métodos de controle eficazes é essencial para minimizar esses impactos ambientais negativos.

Lançamento da ferramenta

No dia 4 de março, durante a Expodireto Cotrijal, uma das maiores feiras de agronegócio, realizada em Não-Me-Toque, foi feito o lançamento desse modelo, com a participação dos idealizadores da ferramenta: Claudete Teixeira, mestranda do PPGATS e integrante da equipe da CCGL/RTC; Sidinei Radons, doutor em Agronomia e docente da UFFS; Glauber Stürmer, entomologista integrante da equipe CCGL/RTC; Geomar Mateus Corassa, gerente de pesquisa da CCGL e RTC; e Darlan Schwade, gerente da plataforma SmartCoop.

Banca de defesa da dissertação

A defesa da dissertação está marcada para o dia 2 de maio, no auditório Prof. Dr. Diego R. Manenti, no Bloco dos Professores da UFFS – Campus Cerro Largo, às 13h30. A banca de defesa da dissertação será aberta ao público.

Fonte: Divulgação UFFS