MATÉRIA PUBLICADA NA EDIÇÃO IMPRESSA DO DIA 8 DE MARÇO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Elas estão conquistando cada vez mais espaço no mercado de trabalho, ocupando lugares que antes eram somente dominados por homens. Em Cerro Largo, Júlia Schaedler é a única mulher na Secretaria de Obras da Prefeitura a ser encarregada por operar uma retroescavadeira. Em fevereiro, ela completou um ano de serviço como funcionária pública, realizando serviços no ramo, tanto na cidade quanto no interior.
A trajetória até chegar a operar uma máquina pesada começou ainda quando tinha 14 anos, na Oficina do pai, aprendendo sobre mecânica. Com apenas 25 anos, Júlia já passou por diversas funções, atuando também como frentista, montadora de graneleira e até motorista de caminhão.
Há mais de um ano, surgiu a oportunidade para a vaga de Operador de Máquina Pesada, mediante realização das provas do concurso público na prefeitura de Cerro Largo. Com excelente nota na prova teórica, ela foi classificada para a prova prática e precisou se ‘superar’ para ser aprovada.
Alguns dias antes, tinha sofrido um acidente de moto. ”Em um mesmo final de semana eu realizei duas provas práticas, uma em São Paulo das Missões e a outra para Cerro Largo. Não conseguia flexionar meu joelho direito e minha mão estava enfaixada, com um dedo quebrado. Mesmo assim, fui e fiz a prova”, disse em entrevista.
Quando foi chamada no concurso da Prefeitura de Cerro Largo, Júlia trabalhava como montadora de graneleira há menos de um mês. Ao ingressar na Secretaria de Obras, ela conta que a adaptação não foi fácil, principalmente pelo fato de ser uma mulher atuando como operadora de máquina pesada. ”Nos primeiros meses de trabalho sempre recebi acompanhamento da equipe, me auxiliando sobre a execução das obras. Há dez meses, realizo as ações sozinhas”, acrescentou.
No trabalho, ela relembrou que a vida de quem opera uma máquina retroescavadeira não é fácil, principalmente no verão em que a temperatura em cima do equipamento pode ultrapassar os 50°C. Além disso, o dia a dia proporciona vários aprendizados, a exemplo de como sair de um atoleiro. ”Nos primeiros meses de trabalho eu consegui atolar a máquina, necessitando de pessoa mais experiente para retirá-la de lá. Ao prestar atenção no processo, aprendi como que faz”, disse.
Sobre atuar no ramo, ela enalteceu que o preconceito existe, mais das mulheres do que dos próprios homens. Como inspiração, Júlia enalteceu que por intermédio das redes sociais segue outras mulheres que também atuam no setor, inclusive trocando ideias e compartilhando suas experiências nas plataformas digitais.
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