Há mais de cem anos, a família Sandri atua na fabricação de cachaça e licor, na comunidade da Esquina Sandri Moscon, Cerro Largo. A produção iniciou por volta de 1919, com o nono Ângelo. Hoje, na terceira geração, quem prossegue com a atividade é o casal Dalvi Sandri, de 78 anos, e a esposa Eli, de 73.
Para eles, prosseguir com a produção tem um sentido especial. ”Com isso, mantemos a produção e a força da agroindústria familiar”, contou o casal. A família guarda com orgulho registros históricos que comprovam a força e a tradição da atividade artesanal. Seu Dalvi mostrou à reportagem documentos da cobrança de impostos da primeira área de terra, de 1908.
O casal também lembrou que por muitos anos, nas festas e eventos sociais, como casamentos, eram servidos apenas cachaça e vinho, que estavam dispostos em barris. ”Até a década de 50 não existia cerveja e as crianças bebiam o sangari, uma mistura de vinho, açúcar e água”, disse.
Para dar conta de toda a produção que chega a 3 mil litros por ano, eles possuem área própria de cana de açúcar, ultrapassando 2 hectares de matéria prima. A fabricação da cachaça envolve um longo processo, contando com etapas como moagem da cana; filtração do conteúdo; diluição do caldo, fermentação, destilação e envelhecimento. A safra ocorre entre os meses de maio a agosto. Desde o final da década de 90, o casal incrementou a a produção artesanal do licor. É possível encontrar mais de dez opções em sabores, dentre eles: abacaxi, guaco, figo, jabuticaba, butiá, laranja, bergamota e ameixa.
Fonte: Jornal Gazeta Integração
