Desde os últimos dias, é intensa a precipitação que cai sobre os Municípios da região. Em Cerro Largo. segundo Anderson Nedel, meteorologista e professor da UFFS Cerro Largo, a expectativa é de que os próximos dias do mês continuem registrando altos volumes.
A pedido do Jornal Gazeta, ele compartilha os volumes registrados na Estação Meteorológica da UFFS.
13/11: 72mm
14/11: 15mm
15/11: 12mm
16/11: 56mm (até as 14hs)
Os números apontam um alto volume em pouco tempo. ‘‘Durante os quatro dias desta semana choveu 155mm, sendo que a média do mês é de 170mm’’, disse. Os dados climáticos apontam que as próximas duas semanas serão de chuva e com mais intensidade a partir da metade da próxima semana. ‘‘O El Nino está atingindo seu ápice nesses meses finais do ano. Um novo relatório da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional-NOAA, afirma que existe 62% de expectativa de que o fenômeno se estenda ainda nos meses de abril a junho. Anteriormente, os prognósticos apontavam até março’’, disse. Em número, o mês de novembro deve registrar muito mais chuva do que o normal. ‘‘Penso que devemos ultrapassar os 600mm este mês’’, pontuou. Até o fechamento desta reportagem, o total acumulado no mês foi de 285mm.
ESTRAGOS
No Município, os estragos estão visíveis, principalmente oriundos do temporal da madrugada da quinta-feira, 16 de novembro. Segundo Elmar Greff, Secretário de Obras de Cerro Largo, cerca de dez casas tiveram problemas com as fortes chuvas e vento. Além disso, foi registrado estrago no Posto de Saúde da Expocel e no Centro Comunitário da São Fernando, bem como muitas árvores caídas, tanto na cidade quanto no interior.
Na área rural, as estradas chamam atenção, sendo destruídas pelas fortes chuvas. Bueiros também acabaram entupidos. ‘‘Estamos realizando o trabalho para permitir o melhor acesso possível aos caminhões e transporte escolar. Não temos estradas interrompidas, mas algumas estão em péssimas condições’’, finalizou Greff em entrevista.
NO CAMPO, PRODUTOR DE SOJA SOFRE COM A CHUVA
No campo, segundo Anderson Kessler, Secretário da Agricultura de Cerro Largo, as culturas da soja e do milho também sofreram impactos. ‘‘Estamos com o plantio da soja atrasado em decorrência da chuva. A soja que está germinando não consegue quebrar a crosta de terra oriunda da chuva. As áreas consideradas ‘mais baixas’ estão alagadas, fazendo com que a semente apodreça’’, disse em entrevista salientando ainda que doenças também são mais frequentes com o excesso de chuva.
No Município, um dos produtores que viu o temporal danificar a sua lavoura foi Luis Schuster, da Linha Reserva. Na propriedade, a ventania conseguiu, inclusive, arrancar árvore de nozes que possui mais de 40 anos de existência.
Na lavoura, a chuva ‘lavou a terra’ e afetou diretamente a cultura da soja. ‘‘A chuva danificou o broto da soja. Talvez terei que refazer o plantio de metade das quatro hectares destinadas à cultura’’, pontuou. Mesmo com o episódio, o jeito é seguir em frente. ‘‘É coisa da natureza, temos que seguir a diante, não há outra maneira’’, finalizou em entrevista.
Fonte: Jornal Gazeta
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