Muitas mobilizações aconteceram em prol das pautas rurais, a exemplo da luta do movimento sindical por políticas públicas para contornar o baixo preço pago ao produtor de leite. Segundo José Hermeto Werle, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cerro Largo, somente neste ano foram quatro mobilizações, a mais recente aconteceu em Jaguarão, no início de outubro.
Em entrevista, ele explicou que a livre importação do leite argentino é um dos principais motivos. O movimento sindical buscou, por meio das mobilizações, que as entidades e Governo aprovassem políticas públicas para priorizar os produtos brasileiros. ‘‘O leite adquirido de fora do País é mais barato. A nossa meta é angariar subsídios que facilitem a vida do agricultor brasileiro, para que ele possa possa produzir com qualidade e com bom preço’’, disse.
No Município, o Presidente enaltece que a média do preço pago ao produtor varia de R$1,65 a R$2,10. No decorrer dos últimos anos, a quantia de produtores sofreu expressiva queda. ‘‘Em 2010 eram mais de 800 produtores de leite; hoje são em torno de 130’’, comentou. Hoje, a média de produção de leite ao dia no Município é de 90 a 100 mil litros.
Após muitos protestos e cobranças, o Governo Federal publicou decreto que retira os benefícios fiscais de indústrias que importam leite. O decreto foi publicado no último dia 19 de outubro. A alteração das regras tributárias pretende aumentar a competitividade da produção nacional e desincentivar as importações de lácteos, que têm agravado a crise do setor leiteiro brasileiro desde o ano passado.
O decreto traz consigo uma alteração fundamental ao estabelecer uma redução de 30% no benefício fiscal destinado às indústrias de produtos lácteos que importam leite. Em outras palavras, aquelas empresas que antes desfrutavam de um crédito presumido de 50% terão esse percentual reduzido para 20%. Por outro lado, as indústrias que processam exclusivamente leite de origem nacional manterão o crédito de 50%.
Segundo o Presidente do Sindicato, as medidas impostas pelo Governo deverão ser implementadas a partir do próximo ano. A luta do movimento sindical é de que o impacto do decreto seja sentido de imediato, especialmente pelas indústrias importadoras, que perderão esse benefício fiscal.
Além disso, José Hermeto também enalteceu que ações anteriores também foram tomadas para frear a situação, como a compra de leite em pó, por parte do Governo, direto da agricultura familiar.
Fonte: Jornal Gazeta Integração
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