Nos últimos dias, o trabalho das máquinas nas lavouras de trigo tem se intensificado. Na área de abrangência da Cooperoque, há quase 19 mil hectares cultivados com trigo, dos quais apenas 12% foram colhidos até o momento.
Um dos produtores que iniciou a colheita nos últimos dias é Sírio Heck, que reservou 70 hectares para a cultura do trigo. Desses, apenas 40 estavam aptos para a colheita. Na segunda-feira, o Jornal Gazeta Integração visitou a propriedade do agricultor e sua esposa, Ladi Konzen, na Linha São Francisco, Cerro Largo. Durante a entrevista, o casal revelou que começou a colher nove hectares recentemente liberados pelo fiscal. Sírio Heck explicou: “Acionamos o PROAGRO para as 40 hectares financiadas, pois a rentabilidade não cobriria os custos de produção.”
O excesso de chuvas nas últimas semanas prejudicou o rendimento e a qualidade da colheita devido ao surgimento de doenças do trigo, principalmente a giberela e a brusone. No ano passado, não foi necessário acionar o seguro agrícola. A média de produtividade por hectare ficou em 75 sacas.
Este ano, para apenas cobrir os custos de produção, seria necessário colher mais de 60 sacas por hectare. Em busca de otimizar a produção, Sírio e Ladi optaram por plantar três variedades diferentes e armazenar uma parte dos grãos para utilizá-los como sementes no próximo ano.
PREOCUPAÇÃO NO CAMPO
Para aqueles que dependem da avaliação do fiscal do banco para iniciar a colheita, a demora na liberação da área é uma preocupação. Sírio destacou: “Poderíamos ter colhido toda a área que estava pronta antes da chuva, mas só recebemos a liberação para os nove hectares.” Além disso, o preço pago pela saca do trigo também não está agradando aos produtores, segundo Sírio, o valor está muito abaixo do esperado.
Outro ponto de discussão no meio rural é a restrição do Proagro. Sírio explicou: “Em cinco anos, não podemos encaminhar mais do que sete Proagros. Eu já atingi essa cota. Em 2024, terei que arcar com tudo por conta própria.” Ele argumentou que o critério utilizado não considera as várias culturas que ele cultiva ao longo do ano, incluindo soja e milho.
PRODUTIVIDADE
Márcia Stracke, do Departamento Técnico da Cooperoque, relatou que a produtividade da cultura está oscilando, com resultados abaixo do esperado. “Os valores estão muito aquém do inicialmente esperado, que era de mais de 60 sacas por hectare, levando em conta o investimento inicial e o necessário para cobrir os custos da lavoura,” afirmou.
A produtividade por hectare tem variado entre 25 e 50 sacas nas áreas com plantio precoce. Segundo Márcia, as áreas plantadas mais tarde, a partir do final de junho, podem apresentar produtividade ainda menor e problemas de qualidade nos grãos devido às fortes chuvas durante o florescimento da cultura.
A cultura do trigo também sofreu com o forte temporal que atingiu a região na noite de terça-feira, 3 de outubro. A Cooperoque estima uma perda de 40% na produção de trigo, e galpões e silos também foram danificados em suas estruturas.
Fonte: Jornal Gazeta Integração
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