Elas são jovens e já seguem os paços do pai! Nas programações farroupilhas em Cerro Largo, uma cena chama a atenção e evidencia a relevância de levar o tradicionalismo às gerações mais novas. Lara Luiza, 6 anos, e Ana Lívia, 10 anos, estão engajadas na tradição gaúcha desde pequenas. As filhas do casal Luis Augusto Nenê (Alemão) e Luciara Alpe, fazem questão de participar das programações farroupilhas em Cerro Largo.
Nos dias 9 e 10 de setembro, as meninas foram junto com o pai trazer a chama crioula de Porto Xavier à Cerro Largo, um percurso de aproximadamente 70 quilômetros, todo feito a cavalo.
A relação das irmãs com o tradicionalismo vem por interferência do pai que aos três meses de vida já estava em cima do cavalo. ‘‘Minha mãe me entregou para a adoção. Foram seis a oito quilômetros que ela percorreu em cima do lombo do cavalo para me levar até a minha família de criação’’, contou o pai que nasceu em Garruchos.
Com boa parte da vida trabalhando em fazendas em Santo Antônio das Missões, a rotina com o tradicionalismo cresceu e ganhou ainda mais sentido quando as filhas nasceram.
Cada uma delas recebeu um presente especial do pai quando completaram um ano de vida: uma égua. A filha mais velha, embora seja gremista, possui o cavalo chamado Colorado. ‘‘Quando meu pai comprou, ela já tinha esse nome. Então optamos por deixar esse mesmo’’, disse Ana em entrevista. Já Lara, participa dos eventos com sua égua Gatiada. ‘‘Eu gosto de participar dos eventos e montar à cavalo’’, contou a filha mais nova de apenas seis anos.
Com o presente, as meninas tiveram que desempenhar um importante papel: exercer a responsabilidade sobre cada animal, ajudando nas tarefas e tendo comprometimento na participação em eventos. ‘‘Elas sabem que embora seja cansativo, vamos fazer todo o percurso à cavalo’’, disse o pai Luis.
Ana e Lara acompanham o pai desde os quatro anos de idade, tanto em cavalgadas quanto em rodeios e outros eventos da área. Isso significa enfrentar obstáculos que surgem no caminho.
As irmãs não se importam com o clima. Já realizaram cavalgadas abaixo de chuva. ‘‘Eu gosto de participar, não me importo se faz chuva ou sol. É diferente você ir junto e acompanhar tudo de perto ao invés de ver apenas as notícias de casa’’, acrescentou Ana ao evidenciar que já faltou a aula algumas vezes para poder cavalgar em eventos.
Para o pai, a tradição nas cavalgadas é um grande desafio para a geração mais nova. Luis acredita que atividades como essa, ao ar livre e de certa forma afastada de aparelhos telefônicos, tende a contribuir para o desenvolvimento das crianças, bem como incentivar a continuidade da tradição gaúcha.
Além disso, ser cavalariano também permite trazer um importante aprendizado: o respeito. ‘‘Temos que respeitar para sermos respeitados e o ato de cavalgar incentiva a geração mais nova alguns princípios, a exemplo desse’’, finalizou Luis em entrevista.
Ano após ano, as irmãs pretendem continuar a trilhar os caminhos do pai no tradicionalismo. Ana, inclusive, participa do Departamento de Danças do CTG Porteira das Missões.
Fonte/foto: Jornal Gazeta Integração
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