Agosto Lilás: Mestra em Desenvolvimento e Políticas Públicas desenvolve capacitação de prevenção da violência contra mulher

Agosto Lilás: Mestra em Desenvolvimento e Políticas Públicas desenvolve capacitação de prevenção da violência contra mulher
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Agosto é o mês dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher por meio da campanha Agosto Lilás, que busca chamar a atenção da sociedade para o tema. Criada em referência à Lei Maria da Penha, que nesta semana completou 17 anos, a campanha também surgiu para amparar mulheres vítimas de vários tipos de violência, como física, sexual, psicológica, moral e patrimonial.

Neste sentido, a mestra em Desenvolvimento e Políticas Públicas, Cláudia Jussara Harlos Heck, associada da Unitec, lança uma capacitação de prevenção da violência contra a mulher.

Ela conta que a capacitação, de sua autoria, surgiu a partir do conteúdo abordado na cartilha da qual é autora, intitulada ‘Igualdade de Gênero: hoje é um novo tempo’, lançada em 2022 durante o mestrado em Desenvolvimento e Políticas Públicas (UFFS), no componente curricular Cidades educadoras, novas sociabilidades e ecoformação. O material visa auxiliar nas políticas públicas de prevenção da violência contra a mulher e pode ser obtido de forma gratuita no link.

Conforme Cláudia, a formação possui base na abordagem da prevenção da violência contra a mulher e tem como foco principal discutir ideias sugestivas de como trabalhar a prevenção e conscientização sobre a violência contra a mulher nas escolas, nos grupos do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e no Serviço de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), que é um serviço voltado para famílias e pessoas que estão em situação de risco social ou tiveram direitos violados.

“A capacitação objetiva contribuir para o início de um novo olhar em relação a igualdade entre homens e mulheres, para que haja uma cultura mais justa, evidenciando e alertando também para a importância da procura por ajuda no caso de violência. A denúncia é fundamental, pois muitas vezes salva vidas”, ressalta.

A profissional destaca que a capacitação aborda sobre a importância do acesso aos conhecimentos sobre a conscientização acerca das práticas de prevenção à violência contra as mulheres, e necessidade de inclusão permanente e contínua de material didático que trate da igualdade de gênero e violência no intuito de informar, conscientizar, prevenir, combater e encorajar.

“Apresento sobre a relevância da elaboração de projetos contínuos no intuito de amenizar resquícios do patriarcado, faço uma reflexão sobre a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06) e outras leis de proteção (violência contra a mulher) e explico a definição de violência contra a mulher e tipos de violência de acordo com a Lei Maria da Penha”, acrescenta.

A capacitação também contempla a explicação sobre o ciclo da violência (três fases); as principais causas da violência cometida contra as mulheres; consequências na vida da vítima e da família; o papel da família na educação dos filhos; como abordar este assunto nas escolas, grupos de convivência e famílias; e os principais canais de denúncias.

Capacitação se destina a profissionais da educação, assistência social e saúde

Com duração de oito horas, a formação se destina a funcionários do quadro escolar (direção, setor de orientação e supervisão pedagógica, especialmente professores), profissionais que atuam nas Secretarias de Assistência Social Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), reeducação de agressores, apoio e acompanhamento das vítimas de violência, e profissionais que atuam nas Secretarias de Saúde (agentes de saúde).

“A abordagem deste assunto urgente se justifica pelos motivos de a escola ser uma das instituições mais bem preparadas para realizar o trabalho preventivo, indo ao encontro da Lei nº 14.164/21 – Altera Lei nº 9.394/96 (LDB), para “incluir conteúdo sobre a prevenção da violência contra a mulher nos currículos da educação básica, e institui a Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher” (BRASIL, 2021). Outro ponto importante é que as ações desenvolvidas a partir desta capacitação vêm ao encontro do que consta no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de nº 5 que visa: “Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas”.

Segundo Cláudia, falar de violência contra a mulher em todos os setores da sociedade envolve normas de convivência. “Muitas vezes o sigilo é imprescindível, bem como a importância de assumir uma postura de diálogo. É preciso investir em ações contínuas, como estimular o rompimento do ciclo de violência; propor a discussão acerca da violência doméstica em todas as suas expressões e a reflexão para a resolução de conflitos sem uso de violência; contribuir para a equidade de gênero; prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher; desenvolver campanhas educativas voltadas para os autores; refletir sobre a Lei Maria da Penha e outras leis.”

A associada da Unitec está ministrando a capacitação, e já a realizou para grupos pertencentes à municípios da Associação dos Municípios das Missões com representantes da Secretaria da Educação, do Setor Pedagógico, representantes de escolas e também representantes do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

Ela explica que, no momento da capacitação, é disponibilizado um projeto sugestivo (didático), específico sobre o assunto a ser utilizado pelos setores envolvidos nas atividades preventivas/informativas, bem como sugestão de ações a serem realizadas no decorrer de um ano, acompanhado de textos, vídeos, filmes, questionários, dentre outros.

Cláudia também é instrutora do Senar-RS e está habilitada a trabalhar nos programas Mulheres em Campo e Saúde do Adolescente, nos cursos Autoconhecimento e Relacionamento Interpessoal, Liderança e Desenvolvimento de Equipes e Educação Ambiental, e nas palestras Saúde na Terceira Idade, Qualidade de Vida no Meio Rural e Saúde Preventiva: De Bem com a Vida. Ela também desenvolve as palestras Prevenção e Combate do Bullying nas Escolas, Prevenção da Drogadição e Alcoolismo e Violência Contra a Mulher: o que precisamos saber?.

Em livro publicado, associada aborda sobre políticas públicas para a ressocialização de mulheres privadas de liberdade

Recentemente Cláudia publicou um livro intitulado ‘Políticas públicas para a ressocialização de mulheres privadas de liberdade’. A obra, resultado da pesquisa de Mestrado em Desenvolvimento e Políticas Públicas (UFFS), é um convite à reflexão sobre os principais desafios enfrentados pelas mulheres privadas de liberdade e uma incansável busca por soluções que promovam a igualdade, o respeito e a justiça social.

Nesta escrita, a autora reflete sobre as políticas públicas de ressocialização voltadas para mulheres privadas de liberdade nas penitenciárias da 3ª Delegacia Penitenciária – Regional Missões e Noroeste/RS, situada em Santo Ângelo.

Segundo Cláudia, o livro apresenta as políticas públicas de ressocialização destinadas às mulheres, conforme estabelecido na Lei de Execução Penal, Regras de Bangkok e outros documentos que visam assegurar dignidade e reintegração na sociedade.

A obra revela, ainda, as desigualdades de gênero e as questões decorrentes do legado colonial que acompanham as mulheres que se encontram em situação de privação de liberdade, evidenciando a urgente necessidade de estabelecimentos penitenciários exclusivos para o sexo feminino.

O livro encontra-se na forma de e-book e também impresso. Para baixá-lo, basta acessar o link.

Texto: Assessoria de comunicação Unitec

Jaqueline Peripolli / Jornalista MTE 16.999