Ser pai: um grande desafio

  • 13 de agosto de 2023
  • Geral
Ser pai: um grande desafio
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A educação dos filhos por si só já é desafiadora. Imagina ter que fazer isso sem a presença direta da mãe. É o que passou Márcio José Wojciechowski, de 37 anos, morador da Linha Estefânia, Sete de Setembro.

Em maio de 2015, quando residiam em São Luiz Gonzaga, ele perdeu a esposa Charlie. Na época, o filho do casal tinha apenas três anos e oito meses. Charlie também era mãe de Kaillin, de 16 anos.

Em entrevista, ele conta os desafios enfrentados na função de criação do filho e da enteada:

Você se considera uma “mãe” ao mesmo tempo? Por quê?
O espaço de uma mãe na vida dos filhos é insubstituível, principalmente quando eles são menores, que são mais dependentes pra tudo, mas principalmente do cuidado, do carinho e do afeto que só um colo de mãe pode dar. Esforcei-me muito pra suprir a falta que a mãe fazia, mas quem muito ajudou nessa parte “carinho materno” foi à mana (Kaillin) do Arthur, a minha mãe e minha irmã que me ajudaram muito nessa parte, de ser “mãe” pro Arthur. A minha enteada com seus 16 anos, cuidava do mano com toda dedicação, com amor, carinho. Minha mãe e minha irmã sempre por perto pra auxiliar em todas as situações, e hoje a Kaillin e a minha irmã são mães, e são supermães. Nossa família sempre foi muito unida, e quando passamos por essa perda nos unimos mais ainda, todos se ajudando pra que eles tivessem uma boa educação, e preparar eles para o mundo lá fora.

Como é a relação com seus filhos?
Ser pai é uma experiência incrível, um amor sem medidas, hoje meu pequeno, que já não é tão pequeno, esta crescido, um garoto incrível, querido, educado e inteligente, o “amor do pai” que nem eu digo pra ele. Quando perdemos a mãe, na sua inocência e do seu jeitinho, me deu força para superar essa perda, e hoje somos acima de tudo grandes amigos.

Sou um herói pra ele, como ele diz, dou meu melhor pra ele, confesso que sou aquele tipo de pai chato, que cobra, que reclama, que briga, mas que digo a ele que é pro seu bem; lá na frente ele vai lembrar dos meus ensinamos.

Hoje se sou um bom pai, e “mãe” de certa forma, foi graças a educação que tive em casa, do meu pai com seu jeito simples e calmo, sempre me mostrou o melhor caminho a seguir, e minha mãe que sempre deu seu melhor pra mim e pra minha irmã, e que tanto me ajudou com meu filho. Além disso tenho minha enteada Kaillin, que tenho como filha, que conheci quando ela tinha 8 anos, e hoje é um grande orgulho, nossa Engenheira, que mesmo diante de todas as dificuldades não desistiu de seus sonhos, batalhou, estudou, e hoje tem sua família, sua profissão, e sei que contribui pra educação dela, fiz parte de sua evolução. Amo vocês!!!!

Quais as maiores dificuldades em cuidar de um filho sozinho?
A educação dos filhos em si já é um grande desafio. Mas quando se exerce a dupla função de pai e mãe ao mesmo tempo é ainda mais desafiante, significa não ter alguém no dia-a-dia com quem se possa dividir as responsabilidades e os papéis tradicionais que o pai e a mãe exercem dentro de uma família. Hoje nossa vida é muito corrida, trabalho, estudos, casa, mas a gente tenta dar o melhor pra eles, acompanhar a escola, conversar, educa-los e prepara pra o mundo, que o tempo passa tão rápido, e cada fase da vida deles é marcante, é especial, ter momentos que jamais serão esquecidos. E atualmente com a evolução da tecnologia é um desafio a mais, de que temos que disputar a atenção deles com os jogos, aplicativos que se tornaram parte da vida de todos.

Você se considera uma pessoa melhor depois dessa experiência?
Com toda certeza. Foi e continua sendo um grande aprendizado. Aprendi muito e amadureci sendo pai, e a cada dia que passa a gente ensina e também aprende com eles. Um dia um amigo meu perguntou como era ser pai, e eu disse que é uma experiência única, maravilhosa. É inesquecível o momento que a gente os vê pela primeira vez. Grato a Deus por ter me proporcionado essa oportunidade.

Como você explica para os seus filhos a ausência da mãe? Qual a reação?
No início é muito difícil falar sobre isso, explicar, principalmente quando são pequenos, falar de uma forma que eles possam compreender o que aconteceu, o porquê a mãe não esta mais ali. Arthur tinha 3 anos na época, entendia um pouco, explicamos que a mamãe foi morar no céu, que virou uma estrelinha, essa foi a forma de tentar explicar, hoje ele entende e ficaram as lembranças, e sabe que a mãe dele está lá no céu, olhando e protegendo.

O amor de mãe de mãe é único, o carinho, o afeto é especial, ele guarda no coração dele, que a mãe foi uma pessoa extraordinária, carinhosa.

O que seus filhos representam para você?
Representam o que a de melhor em mim, amor verdadeiro, são uma benção de Deus, são o nosso futuro Ser pai é cuidar, e se doar sem esperar nada em troca, mas ao mesmo tempo sabermos que valeu a pena todo esforço, todo amor e dedicação que damos a eles.

O que você deseja para o futuro deles?
Desejo a eles sejam muito felizes, realizem todos os seus sonhos sem medida e sejam exemplos de superação. E que deem valor a tudo que passamos de difícil na vida sem fazer o mal a ninguém. Que prezem sempre pela humildade e simplicidade, que usem com saberia todo aprendizado que a vida lhes deu, que trilhem seu caminho com amor, e respeito. Que eu sempre estarei ao lado deles, cuidando e ensinado, sempre com muito orgulho de vocês!.

Fonte: Jornal Comunicador Integração