Um dos grandes dilemas da produção de alimentos é a sucessão rural. Sem o produtor do campo, não há alimento na mesa da população. A família Dill, da Atolosa, em Cerro Largo, faz esse questionamento. Edilson e a esposa Luciane, junto com o filho Dionatan, tem a atividade rural como principal fonte de sustento, mediante a atividade leiteira e grãos.
O casal contou à reportagem do Jornal Gazeta/Comunicador que boa parte da população da comunidade da Atolosa é idosa. ”Nós somos o segundo casal mais novo a permanecer na atividade. Imaginando o futuro, vai ser difícil encontrar pessoas jovens dando continuidade à atividade rural”, disse Edilson ao mencionar que tem 47 anos, e a esposa, 40.
Hoje, o único filho do casal, de 13 anos, ajuda a família na rotina do campo. A preferência dele é pela lavoura, ajudando, inclusive, na plantação e colheita, manuseando os equipamentos agrícolas da propriedade. Perguntado sobre a possibilidade de dar sequência ao ramo dos pais, Dionatan enalteceu ter dúvidas sobre o futuro. ”Se permanecer, não vai ser ordenhando vacas”, disse.
Hoje, os pais incentivam seu filho a terminar os estudos para então decidir o rumo que desejar seguir. Se optar por permanecer no campo, a preocupação de Edilson e Luciane é que o filho possa encontrar uma companheira que também ajude em casa. ”É difícil achar uma esposa que queira permanecer no campo, ou até mesmo se sujar tirando leite de vaca”, contou a mãe do menino.
POPULAÇÃO REDUZIDA
A preocupação sobre o futuro da atividade rural faz brotar um questionamento. Na Atolosa, daqui há 50 anos, quantos agricultores ainda permanecerão na atividade rural? ”Talvez tenhamos uns seis ou sete apenas”, disse Edilson ao se enaltecer que muitas pessoas residentes da comunidade são aposentadas e a tendência é diminuir ainda mais a quantia de produtores rurais com o passar dos anos.
PREOCUPAÇÃO E FACILIDADE NO CAMPO
A família possui cerca de 20 vacas de leite em lactação. A produção diária fica em torno de 350 litros. Junto à essa atividade, está a produção de grãos. Hoje, Edilson e Luciana possuem área de 26 hectares destinada à essas atividades.
No dia a dia, uma das preocupações é com relação ao preço do leite. ”Entregamos o produto e apenas ficamos sabendo o preço que recebemos cerca de 15 dias depois”. disse Edilson. Hoje, outra dúvida sobre a produção leiteira é o preço que deixa o produtor desanimado. Desde os últimos meses, a redução no preço pago ao produtor pelo litro de leite teve redução superior a 0,65 centavos.
Por outro lado, a evolução tecnológica dos últimos anos trouxe modernização ao setor. Maquinários mais modernos trazem mais comodidade. Para quem escolheu ser agricultor, é necessária muita disposição. Afinal, não existe feriado. Para a família, é uma dedicação constante, todos os dias, faça frio ou calor, chuva ou sol.
Fonte: Jornal Gazeta Integração/Comunicador
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