Sucessão rural: ”Somos a profissão que alimenta o mundo”

Sucessão rural: ''Somos a profissão que alimenta o mundo''
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Você parou para pensar a importância exercida pelo produtor rural? É provável que o alimento que chegou até a sua mesa saiu diretamente de uma propriedade rural. Em Cerro Largo, a família Garcia enfatizou em entrevista ao Jornal Gazeta/Comunicador a importância de ser agricultor. Segundo o casal Valdir e Marsane Garcia, moradores da Linha Taquarussu, viver no campo permite produzir o seu próprio alimento, o que significa também uma economia no orçamento.

Junto com os filhos Gustavo e William, a família tem como principal fonte de renda a produção leiteira. Como complemento, também existe a produção de porcos, galinhas, verduras e frutas, amendoim, mandioca e feijão, geralmente usados para consumo próprio.

Hoje, a propriedade possui cerca de 20 vacas em lactação. A área de terra da família corresponde a 22 hectares. Mesmo com uma área pequena, é possível fazer muita coisa. ”O colono tem que ser completo, tudo o que se produz aqui é lucro. Existe pessoas que residem no interior e ainda compram boa parte dos alimentos de outros produtores rurais. Somos a profissão que alimenta o mundo”, disse Valdir.
No Município, os produtores rurais estão atuando na colônia há cerca de 15. Vieram para a Linha Taquarussu após serem obrigados a saírem do Fundão do Ijuí, no Rolador, devido à Barragem que foi construída. Muitos agricultores tiveram que sair de suas terras. No caso de Valdir, com a venda de uma pequena área rural e com o valor da indenização, decidiram adquirir propriedade em Cerro Largo.

SUCESSÃO RURAL
No trabalho diário, o casal conta com a ajuda dos filhos. A filha mais velha, Vanessa, atua na zona urbana. Já Gustavo, de 26 anos, se formou em Técnico Agrícola pela Escola Guaramano e é Agrônomo formado pela UFFS há três anos. O intuito do jovem foi fazer a faculdade para pôr em prática na propriedade da família. ”Estou há dois anos direto em casa. Busquei a profissionalização para aplicar em casa, em um serviço próprio, fazer crescer um negócio meu”, contou Gustavo. O filho mais novo é Wiiliam, de 16 anos, que atualmente está cursando o Técnico em Agropecuária e também pretende dar sequência no ramo agrícola.

OS DESAFIOS DA PEQUENA PROPRIEDADE
Com área reduzida, o segredo para a permanência no meio rural com agregação de valor é diversificar a produção. Além do leite que é a principal fonte de renda, a família Garcia também presta serviços com equipamentos para outras propriedades. Gustavo também é inseminador. Juntando o fato de poder produzir boa parte dos alimentos que consome, viver no campo tem muitas vantagens.

Segundo a família, diante dos últimos anos de frustração nas safras devido ao clima não ter colaborado, ter apenas uma fonte de renda, a exemplo de grãos, não é vantajoso para o pequeno produtor. No setor leiteiro, os preços baixos pagos pelo litro desanimam. Nos últimos três meses, a queda no preço chegou a 0,70 centavos. Mesmo assim, a diversificação de atividades faz a vida no campo valer a pena.

Fonte: Jornal Gazeta Integração/Comunicador