Ele trancou a faculdade para ser caminhoneiro

Ele trancou a faculdade para ser caminhoneiro
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O motorista Uendel Sarturi Miranda, natural de Roque Gonzales, fez o que poucos teriam coragem de fazer. Ele trancou o curso de Direito para se dedicar à vida na estrada.

A sua relação com a profissão não é tão longa quando o do seu pai, caminhoneiro há mais de 30 anos. Uendel tem apenas quatro anos de jornada. Desde o início de 2023 é agregado à Cootracel, em Cerro Largo.

Quando decidiu trocar a sala de aula pelas estradas do Brasil, estava cursando o 7º semestre do curso de Direito, na URI em São Luiz Gonzaga. Um dos motivos para a troca de ramo, foi a rentabilidade da profissão, buscando recursos para concluir a sua graduação.

CAMINHONEIRO QUE CONSEGUE CONCILIAR TRABALHO E FAMÍLIA
O motorista deixa claro a sua satisfação em fazer parte da equipe da Cootracel. Uma das vantagens é poder conciliar trabalho e vida pessoal. Aos 33 anos, Uendel é pai há um ano. ”Consigo estar em casa nos finais de semana. É claro que não é sempre”, disse em entrevista.

VIAGENS
A ênfase principal das viagens realizadas é levar peças automotivas. No retorno, traz as embalagens que são utilizadas para os itens.

Em geral, as viagens tem destino São Paulo e Buenos Aires, na Argentina. A passagem para o País vizinho acontece por São Borja, que faz ligação com a cidade de São Tomé.

Na estrada, embora nunca tenha sofrido acidente, a preocupação com fatalidades nas rodovias existe. ”Diariamente estamos expostos ao perigo. Por esse fato, é que deveria haver na lei um adicional de periculosidade”, defendeu o caminhoneiro que já teve colegas de profissão que faleceram trabalhando no setor.

Como caminhoneiro, as dificuldades da profissão também abrangem lugares que não oferecem a comodidade necessária para o motorista. Uendel cita que em alguns postos de combustíveis não há banheiros, dificultando o pernoite.

Sobre as refeições, as comidas podem ser levadas junto. O caminhão possui estrutura completa, comportando, inclusive, geladeira para guardar os alimentos. A opção por levar os ingredientes tem motivo. Segundo ele, o custo é menor se comparado ao realizar as refeições em restaurantes.
Como motorista, Uendel também cita a precariedade em que se encontram alguns trechos de asfalto. A BR 285 é uma delas. Em geral, as rodovias que possuem pedágio são as que o asfalto apresenta condições melhores de trafegabilidade.

PROJETOS FUTUROS
Futuramente, o motorista pretende concluir o curso de Direito e adquirir um caminhão para outra pessoa dirigir. Com isso, pretende diversificar a renda.

Fonte: Jornal Gazeta Integração/Comunicador