Equipes de resgate detectam ruídos durante buscas por submersível que desapareceu em expedição para o Titanic

  • 21 de junho de 2023
  • Geral
Equipes de resgate detectam ruídos durante buscas por submersível que desapareceu em expedição para o Titanic
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As equipes de resgate que procuram o submersível desaparecido com cinco pessoas a bordo perto dos destroços do Titanic detectaram “ruídos subaquáticos” na área de busca, anunciou nesta quarta-feira (21) a Guarda Costeira dos Estados Unidos, quando o oxigênio dentro do submarino está perto do fim.

A comunicação com o submersível Titan, de 6,7 metros de comprimento, foi perdida no domingo, quase duas horas depois de iniciar a descida em direção aos vestígios do Titanic, que se encontram a quase 4 mil metros de profundidade, a cerca de 600 quilômetros de Terra Nova, no Atlântico Norte.

“Aviões canadenses P-3 detectaram ruídos subaquáticos na área de busca. Como resultado, as operações de um ROV (sigla em inglês para veículo operado de maneira remota) foram realocadas na tentativa de explorar a origem dos ruídos”, anunciou no Twitter o primeiro distrito da Guarda Costeira dos Estados Unidos.

As buscas com o ROV não apresentaram resultados até o momento, mas continuam, acrescentou a divisão marítima militar.

De acordo com a revista Rolling Stone, um avião canadense P-8 que participava nas buscas detectou “batidas na região a cada 30 minutos. Quatro horas depois, um sonar adicional foi ativado e as batidas ainda eram ouvidas”.

Além das batidas, “sinais acústicos adicionais foram ouvidos que ajudarão a direcionar os recursos de superfície, enquanto persiste a esperança de encontrar sobreviventes”, informou a CNN, que teve acesso a um documento interno do governo americano.

O anúncio da detecção de ruídos é o sinal mais esperançoso da possibilidade de resgate das cinco pessoas a bordo do submersível Titan, da empresa americana OceanGate.

No Titan viajavam o bilionário britânico Hamish Harding, presidente da empresa de jatos particulares Action Aviation, o empresário paquistanês Shahzada Dawood, vice-presidente do conglomerado Engro, e seu filho, Suleman, o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, e especialista nos destroços do Titanic, e Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions. O custo da excursão é US$ 250 mi (aproximadamente R$ 1,2 milhão) por passageiro.

Barcos e aviões dirigem-se ao local para reforçar a grande operação de busca das Guardas Costeiras dos Estados Unidos e do Canadá.

O Pentágono anunciou o envio de um terceiro avião C130 e três C-17, enquanto um robô submarino, enviado pelo Instituto Oceanográfico francês será incorporado às buscas durante a quarta-feira.

Operação complexa

— Trata-se de uma busca muito complexa e a equipe unificada está trabalhando sem descanso para pôr em andamento o quanto antes os recursos e conhecimentos disponíveis — disse à imprensa o capitão da Guarda Costeira americana, Jamie Frederick. Os socorristas calculam que o submersível disponha de oxigênio para menos de dois dias.

O ex-diretor de operações marítimas da OceanGate Expeditions, David Lochridge, demitido por ter questionado a segurança do Titan, mencionou em um processo judicial um “projeto experimental e não comprovado” do submersível.

Em uma postagem em sua conta no Instagram antes de viajar , o britânico Harding, 58 anos, expressou orgulho em participar da missão.

“Devido ao pior inverno em Terra Nova em 40 anos, é provável que esta seja a primeira e única missão tripulada ao “Titanic” em 2023″, escreveu.

Mike Reiss, roteirista de televisão americano que visitou os destroços do Titanic no mesmo submersível no ano passado, afirmou à BBC que a experiência foi desorientadora.

— A bússola parou de funcionar imediatamente e começou a girar, então tivemos que nos mover às cegas no fundo do oceano — explicou.

“Conscientes do perigo”

Todos estavam cientes dos perigos da expedição, disse Reiss à BBC.

— Você assina um documento antes de embarcar, e na primeira página a morte é mencionada três vezes.

O Titanic afundou em sua viagem inaugural entre a cidade inglesa de Southampton e Nova York em 1912 após colidir com um iceberg. Das 2.224 pessoas a bordo, cerca de 1.500 morreram.

Os destroços do transatlântico, partido ao meio, foram descobertos em 1985. Desde então, a área tem sido visitada por caçadores de tesouros e turistas.

Fonte: GZH