Mãe não é apenas aquela que dá a luz, mas pode ser a que cria e a que adota filhos do coração
Nesta semana, uma matéria do Jornal Zero Hora evidenciou a longevidade e a qualidade de vida de Dona Margarida Blanco, hoje moradora de São Luiz Gonzaga. Há alguns anos, quando ainda residia em Cerro Largo, o Jornal Gazeta Integração já havia feito uma entrevista contando sobre essa vida centenária.
Em alusão ao Dia das Mães, conversamos com os familiares de Margarida. Residentes no Município Cerrolarguense, elas contaram à nossa reportagem o importante papel exercido por ela e que também é refletido nas gerações seguintes.
Alegria e saúde
Vandira Blanco, mais conhecida por Vanda, é uma das filhas de dona Margarida. Para ela, é uma satisfação poder ter uma mãe mais que centenária e que repassou vários conhecimentos e vivências. ”Ela ensinou a gente a viver, a ter força e fé”, disse.
Com quase 82 anos, ela ainda pode dizer que tem sua mãe viva, e diga-se de passagem, em muita boa forma e com excelente saúde. Vanda deixa claro que puxou a alegria da mãe e não esconde esse sentimento que considera maravilhoso.
Rosa Ivoni Kiwel e Nathana Kiwel, neta e bisneta de Margarida, também acreditam nessa semelhança e deixam claro a receptividade de Vanda com as pessoas e que se assemelha à sua mãe. ”Ela gosta de ver as pessoas felizes. Recebe elas muito bem, e muitas vezes faz Wafles para toda a vizinhança”, contou Rosa Ivone sobre a sua mãe e a semelhança com sua avó de 115 anos.
A própria Dona Vanda vê essa semelhança, algo que ela considera importância na vida. ”Sou extrovertida que nem a minha mãe. Não tenho tristeza, nem mesmo com a morte de alguém conhecido. Eu visito as pessoas que conheço enquanto elas estão vivas e não depois que faleceram. Por isso, dê alegria ao seu próximo enquanto se está vivo”, disse.
Essa mesma felicidade herdada de berço está presente quando participa de eventos. Nas quartas-feiras é dia de bingo. Esse momento de lazer engloba amigos e familiares, trazendo espaço de entretenimento na idade mais avançada. Além disso, uma vez na semana a família se reúnem para jogar baralho. O principal jogo é a canastra, todas essas atividades que reforçam o uso do cérebro e ajudam na memória, o que ajuda a garantir mais saúde para também chegar aos cem anos, e por que não ir além?
Religiosidade
Assim como a influência pela qualidade de vida repassada por sua mãe, Vanda considera que a religiosidade é outra importante aliada e uma das mais importantes. Desde cedo, aprendeu a se envolver na vida religiosa e hoje continua a desenvolver sua devoção. ”Ela acompanha os padres das programações da tv, as missas e orações”, disse Rosa Ivone sobre a mãe Vanda. Quando a Dona Margarida vem visitar a filha e família, em Cerro Largo, uma das ações prediletas que realiza com a família é o louvor com hinos religiosos e a reza do terço.
Dona Vanda também realizou diversas viagens de peregrinação à Santa Catarina. A próxima será em fevereiro de 2024, contabilizando a viagem de número 40. Em algumas dessas ocasiões a sua mãe marcou presença. ”Eu tenho prazer em orar, não só para eu e minha família, mas para outras pessoas também e me sinto muito bem fazendo isso”, acrescentou Vanda.
Essa ação voltada à religiosidade também chega até a quarta geração. A bisneta de Dona Margarida, Nathana Kiwel, relembrou que os colegas da faculdade, que vinham à sua casa, eram recebidos pela bisavó com reza e bênção. Os jovens faziam questão dessa tradição toda vez que se encontravam com Margarida. Nathana também enaltece que a influência religiosa em sua vida veio por conta da tradição da bisavó.
CONSIDERADA MORTA
Vanda compartilha com os leitores do Jornal Gazeta um fato curioso, ainda relacionado à religiosidade. Durante quatro horas, ela foi considerada morta. Vanda não recorda precisamente o ano em que esse fato aconteceu, mas conta sobre essa experiência. ”Quando parti, veio alguém que me puxou e entrei num túnel com um lindo arco-íris. O padre na época já tinha falado para chamar os parentes porque eu havia falecido. Foi comunicado à minha mãe e ela veio de São Luiz Gonzaga para Cerro Largo. Quando ela chegou aqui, eu me sentei na cama novamente e estou viva até hoje. Essa história parece mentira, mas nesses momentos você enxerga quem é Deus e o que ele faz”, finalizou sobre a história.
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