Em reunião da Comissão Intergestores Tripartite em Brasília, nesta quinta-feira (26), o Ministério da Saúde anunciou o plano de vacinação contra covid-19 para 2023. Na primeira etapa do calendário, prevista para começar em 27 de fevereiro, doses de reforço serão aplicadas em pessoas com 70 anos ou mais, imunocomprometidas, moradores de lares de longa permanência, indígenas e quilombolas.
Segundo o diretor do departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis, Éder Gatti, os grupos mais expostos aos riscos das complicações em decorrência do coronavírus e que foram vacinados com pelo menos duas doses da monovalente receberão a aplicação do imunizante bivalente.
Em uma segunda fase, receberão o reforço pessoas na faixa etária entre 60 e 69 anos. Na terceira etapa, será a vez de gestantes e puérperas e, na quarta fase, os profissionais da saúde.
— Estamos em contato com os fornecedores para aumentar os estoques de doses, incluindo as vacinas da covid — disse Gatti, em evento que ocorre na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Brasília.
O que é vacina bivalente?
O termo bivalente é designado para o imunizante atualizado contra a covid-19. Significa que ele é capaz de proteger a cepa original do Sars-Cov-2, mas também a variante Ômicron em suas subvariantes BA.1, BA.4 e BA.5. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autorizou o uso do produto da Pfizer. Desde o ano passado, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasileira (AMB) pediram que o governo agilizasse a disponibilidade desse tipo de vacina. Ela serve como uma proteção extra e será importante no combate à covid-19.
Crianças
Para crianças, o ministério informou ter garantido para o próximo mês a antecipação de 8,5 milhões de doses da Pfizer baby; 9,2 milhões de doses da Pfizer pediátrica e 2,6 milhões de doses da CoronaVac.
A aplicação nesse público tem gerado preocupação em gestores municipais e estaduais. Conforme o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems), Guilherme Ribas, as prefeituras pequenas estão registrando problemas com o descarte de doses na abertura de fracos com 10 aplicações: por causa da redução da busca por imunização, os postos de saúde temem o desperdício.
— Temos cinco prefeituras do Rio Grande do Sul (Coqueiros do Sul, Floriano Peixoto, Forquetinha, Inhacorá e Vespasiano Correa) que não vacinaram nenhuma criança pequena (três e quatro anos) pela falta de procura mesmo — frisou.
O Ministério da Saúde ainda planeja intensificar a imunização de maiores de 12 anos com a vacina monovalente entre aqueles que ainda não se vacinaram. Uma das iniciativas deve ser feita junto das comunidades escolares, adiantou Getti.
Fonte e foto: GZH