Guarani das Missões decretou situação de emergência em decorrência da seca nesta quinta-feira, 19 de janeiro. O baixo índice pluviométrico tem trazido problemas, principalmente para quem vive no campo.
Além de problemas que afetam as culturas de verão, vários bebedouros para os animais secaram. Segundo Marcio Hanus, Secretário da Agricultura e Meio Ambiente, há pelo menos 30 dias que a Secretaria está engajada na distribuição de água para atender a demanda nas propriedades cujos reservatórios estão secos.
As demandas principais são nas comunidades de Dr. Pinto, Bom Azilo e Concórdia. Nesta semana também será iniciada a distribuição na comunidade da Harmonia Centro. Além disso, a patrulha agrícola também atua diretamente na abertura e limpeza de bebedouros. Desde o mês de dezembro foram realizados cerca de 30 atendimentos par abertura de bebedouros e/ou limpeza. ‘’No ano passado a situação foi bem pior. Levávamos água seguido para os bebedouros. Atualmente, tem propriedades que levamos água apenas uma vez por semana ou a cada dois dias’’.
Abastecimento por caminhão pipa para consumo humano e animal
Segundo Sandro Selvino dos Santos, Secretário e Obras, Saneamento e Trânsito, a água potável que chega até a comunidade da Jacu Centro é totalmente abastecida por caminhão pipa. A mesma comunidade recebeu a instalação de uma bomba trifásica para ativação do poço artesiano e colocação de 500 metros de rede fluvial.
Outra comunidade que teve a colocação de rede fluvial foi a Linha Campo Novo. Ela também recebeu a doação de uma caixa de fibra de 10 mil litros para depósito de água. Além disso, a Secretaria de Obras também realiza a abertura e limpeza de bebedouros para animais no interior do Município.
Perdas no milho grão
Segundo o Escritório Municipal da Emater do Município, as perdas na lavoura do milho estão consolidadas. Adilson Webler, Técnico em Agropecuária da Emater, explica que a safra de grãos teve queda de quase 70% no rendimento frente à expectativa inicial da safra que era em torno de 130 sacas por hectare. A média de produção com a seca não fica em torno de 40 sacas por hectare. Dependendo da região, os valores podem ser maiores, principalmente pela variação nos volumes de chuva. No Município foram plantadas cerca de 2.200 hectares com milho.
As perdas foram um pouco menores nas propriedades que realizaram o plantio precoce. ‘‘ Quem plantou no final de julho e início de agosto teve um rendimento um pouco melhor’’, acrescento o Técnico.
Perdas no milho silagem
O milho para silagem teve redução de 22% na massa verde. ‘‘O número não representa uma decréscimo tão acentuado em função das plantas terem crescido mais. Porém, é uma alimentação sem muita qualidade em função da falta de grão’’, explicou Adilson.
Com a diminuição da qualidade, o custo de produção encarece, fazendo com que o produtor, para manter a produção, tenha que realizar gastos adicionais para suprir essa falta do grão. No Município, são 1575 hectares destinados para a silagem.,
Perda na soja
Ainda é cedo para fazer um cálculo mais preciso sobre a rentabilidade do grão que é uma das principais representatividades do Município quando o assunto é economia. A área destinada à soja em Guarani das Missões chega a 15mil hectares.
Inicialmente, se projetou um rendimento médio de 60 sacas por hectare. Até o momento, pode-se considerar que as perdas na cultura cheguem a 30%. ‘‘Dependendo de como será o tempo, esse número pode ser ainda mais acentuado’’, explicou o Técnico da Emater.
Hoje, muitas áreas estão em fase de florescimento, Atualmente, com a implementação dos ciclos indeterminados, as variedades de soja passam por um longo processo de florescimento que pode levar semanas. É nesse período que é necessário volumes consideráveis de chuva para garantir a produção.
Produção leiteira
A produção leiteira sofre menos com os impactos da falta de chuva se comparado aos demais setores. Embora haja diminuição na quantia de leite produzida, ela não representa uma queda tão acentuada. Atualmente, o Município produz, aproximadamente, 40 mil litros por dia. ‘‘Em números, estamos deixando de coletar cerca de 6 mil litros de leite, principalmente em decorrência do calor que afeta a produção do leite’’, explicou Adilson.
A perda no setor acontece mais de forma indireta mediante a impossibilidade do rebrote da pastagem e da necessidade do fornecimento de outras fontes de alimentação em decorrência da escassez causada pela seca e da pouca qualidade que a silagem fornece aos animais, assegurando a produção, mas com custos altos.
Amenizando a seca
Com a falta de chuva ano após ano, a irrigação passa a ser uma das alternativas para amenizar os prejuízos. No Município, o mais comum e encontrado é o sistema de irrigação de porte pequeno, atendendo a demanda de poucas hectares, utilizada, por exemplo, nas culturas do milho e pastagens para a produção leiteira. A demanda para grandes sistemas de irrigação ainda é um desafio.
Além disso, fazer um bom manejo de solo pode fazer a diferença quando a seca vier. ‘‘Com relação aos solos menos compactados, faz a raiz ter capacidade de buscar reserva hídrica em profundidades maiores. A cobertura de solo com matéria orgânica ajuda para uma maior retenção de umidade’’, disse. Outro ponto importante a se observar é a possibilidade de realizar o escalonamento das sementes, diminuindo a quantia por hectare para que não haja muita competição por água e luminosidade.
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