Os dados são preocupantes. Os casos de Covid-19 voltaram a subir. De acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e a Secretaria Estadual da Saúde, o Rio Grande do Sul teve uma disparada no número de casos da doença no mês de novembro. Os 25.743 casos positivos representaram um aumento de 735% nos casos, se comparado com o mês de outubro, que teve 3,5 mil casos. Depois de quatro meses de queda, o número de óbitos também voltou a aumentar em novembro, chegando a 64 mortes.
Em Cerro Largo, a situação não é diferente. Porém, o aumento dos casos está se refletindo neste mês de dezembro. Em novembro, de acordo com dados repassados pela Enfermeira Susana Steffens, responsável pela vigilância Epidemiológica do Município, foram 13 casos confirmados. Em dezembro, os números causam preocupação. Nesta terça-feira, quando o Jornal Gazeta Integração fez o primeiro contato com a Secretaria de Saúde, nos primeiros seis dias, já haviam 12 casos confirmados. Desse total, nove foram contabilizados apenas em um único dia (na segunda-feira, 5 de dezembro).
De acordo com Aline Klein Ledur, Secretária de Saúde, esses números são preocupantes. ”Com a chegada do verão, as pessoas acabam saindo mais de casa e se aglomerando, facilitando a transmissão. Por isso é importante ressaltar a importância da vacinação do Covid”, disse em entrevista.
VACINAÇÃO ESCASSA
Os casos de Covid aumentam, mas a procura pela vacinação diminui. Essa é a realidade em Cerro Largo. De acordo com Bianca Borghetti Damke, Coordenadora Responsável pela Sala de Vacinas, a procura pela imunização tem recuado.
No início do surgimento da pandemia e com a disponibilização da vacinação, a procura foi grande. ”Chegava a imunizar 600 pessoas por dia. Hoje reduziu drasticamente. Nos dias de mais procura a quantia de imunização chega a 16 pessoas”, disse ao comparar a procura no início da pandemia com a busca pela vacina durante o mês de dezembro.
SE A PROCURA DIMINUIU, ISSO SIGNIFICA QUE TODA A POPULAÇÃO ESTA PROTEGIDA?
Na verdade, não. Existem pessoas que nem se quer realizaram a vacinação e outras que não deram sequência com as doses de reforço. O Jornal Gazeta traz os números da imunização do mês de novembro, repassados pela Coordenadora da Sala de Vacinas.
Os dados repassados mostram uma recaída na procura pela vacina. A recuada se acentua, principalmente, a partir da segunda dose. Porém, é na terceira dose que assusta. No caso dos adolescentes de 12 a 17 anos, houve apenas uma imunização de 29,94% na terceira dose.
Segundo Bianca, o aumento dos casos de Covid não só em Cerro Largo mas no Estado e País é reflexo dessa falta de imunização. ‘‘Algumas pessoas ficaram preocupadas com a vacina, muito em decorrência do curto prazo de produção, mas elas são estudadas e passam por um intenso estudo para estão serem disponibilizadas’’, disse em entrevista. Bianca também lembra que, em 2009, quando surgiu a gripe H1N1, a produção da vacina também aconteceu em tempo recorde.
A vacina da Covid ajuda a reduzir os sintomas, o que diminui também a possibilidade de agravamento da doença que poderia ocasionar uma internação médica. ‘‘A Covid sobre mutações e por isso é necessário continuar com as doses. Frequentemente surge uma cepa nova, e ela é inclusa dentro da vacina. A dose não impede a contaminação, mas vai fazer com que a pessoa não desenvolva a doença com sintomas fortes’’.
Hoje, existem mais de mil variantes da Covid-19. Elas são divididas em duas categorias:
Variantes de interesse: quando o vírus sofre mutações que podem levar a um aumento da capacidade de transmissão;
Variantes de preocupação: quando o vírus sofre mutações que permitem determinadas vantagens em relação às variantes anteriores, como aumento da capacidade de transmissão, doença mais grave ou escape imune. É o caso da Alfa, Beta, Gama, Delta e Ômicron.
Recentemente, uma nova vacina de reforço bivalente, com a inclusão de novas variantes, foi desenvolvida e estará disponível. Porém, a sua aplicação será somente para aquelas pessoas que possuem todas as doses em dia.
PARA NÃO DESPERDIÇAR VACINA
Uma preocupação da equipe da Saúde é com relação ao desperdício de vacinas. Os frascos possuem quantidade variável de doses, tudo depende da empresa fabricante. Por isso, a Coordenadora da Sala de Vacinas explica que frascos novos não são abertos depois das 15hs30min, exceto se houver um número satisfatório de pessoas que farão a imunização. O objetivo é não desperdiçar as doses, já que a vida útil após o frasco ser aberto é curto. O atendimento na Sala de Vacinas acontece durante todos os dias, com a aplicação da vacina da Covid, bem como outras imunizações.
REFLEXOS DO AUMENTO DOS CASOS NA REGIÃO
No início desta semana, o Hospital Vida e Saúde, de Santa Rosa, retomou restrições devido ao aumento de casos. Desde a terça-feira, ficaram suspensas a visita aos pacientes das Unidades de Internação.
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