De acordo com o último Informativo Conjuntural da Emater, o plantio da soja atingiu 73% da área no Rio Grande do Sul no início de dezembro. A área projetada para a safra 2022/2023 é de 6.568.607 hectares. Porém, o clima preocupa os produtores rurais. Para acompanhar como está a situação na região, conversamos com os produtores rurais Guido Inácio Lunkes e Marcos Lunkes, de Salvador das Missões.
Guido e o sobrinho tem juntos uma área de 92 hectares. Desse total, 19 são de milho e o restante está repleto de soja.
Em entrevista, eles destacaram que as primeiras áreas de soja foram plantadas pelo dia 20 de novembro. ‘‘Choveu logo após a semeadura e a cultura está se desenvolvendo bem’’, contou Guido em entrevista ao Jornal Gazeta.
Porém, na área de 30 hectares que foi semeada mais tarde, por volta do final do mês de novembro, a situação é outra. ‘‘A soja não recebeu água suficiente. Depois de ter semeado choveu apenas 2 ou 3 milímetros. O que se percebe é que as plantas estão sofrendo com o sol quente e falta de chuva. Algumas nem se quer germinaram devido a falta de umidade’’, disse.
FALTA DE CHUVA
De acordo com os produtores, o maior problema é a falta de chuva. Com chuvas menos frequentes e mais esparsas, a produtividade para alguns produtores pode ser boa, mas para outros pode representar uma grande perda.
No ano passado, a falta de chuva afetou drasticamente a produção. Seu Guido destacou que na mesma área que já colheu mais de 70 sacas por hectare, na última safra, chegou a colher menos de 5. ‘‘Foi uma safra bastante frustrante, parecida com o que aconteceu nos anos de 2004, 2005 e 2006’’, relembrou ele. Embora a última área semeada esteja sofrendo pela falta de umidade, seu Guido analisa que, com uma boa chuva nos próximos dias, a cultura pode se desenvolver normalmente.
NA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA COOPEROQUE, 85% DA ÁREA ESTÁ PLANTADA
Na área de abrangência da Cooperoque, 85% da área já está plantada. É o que afirmou Márcia Suzana Stracke, Engenheira Agrônoma e Coordenadora do Departamento Técnico da Cooperoque. Ela também destacou em entrevista qual é a situação da cultura. ‘‘Parte das áreas já estão emergidas, mas uma boa parte do plantio mais recente precisa de uma chuva para emergir e estabelecer um estande de plantas recomendado para a cultura’’, contou.
Embora os resultados da safra do ano passado tenham sido frustrantes, com perda de produtividade que ultrapassou os 90%, a quantidade de hectares se manteve estável devido à cultura ser uma das principais no ramo agrícola.
Até então, o clima estava contribuindo para o desenvolvimento da cultura. Porém, desde o mês de dezembro, o panorama mudou. ‘‘Tínhamos um clima muito favorável, com chuvas bem distribuídas e que favoreceram a germinação das áreas semeadas no período. As chuvas irregulares da ultima semana mudaram o cenário e os efeitos da falta de chuva e calor excessivo comprometem a germinação ou o desenvolvimento da cultura’’, complementou a Agrônoma.
Ainda segundo ela, o milho também sofre os impactos da falta de chuva. A escassez de água está causando perdas na cultura que se encontra, principalmente, na fase de pendoamento e enchimento de grão. Com esse cenário, o potencial produtivo é comprometido, diminuindo a rentabilidade da cultura.
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