Nesta quarta-feira, 23 de novembro, o Jornal Gazeta Integração esteve com a equipe da Secretaria de Saúde e Equipe de Combate a Endemias do Município de Cerro Largo. O objetivo: destacar o trabalho desenvolvido e também ressaltar os cuidados que a população deve ter com a aproximação do período quente, o verão. Além disso, a Secretaria de Saúde busca explicar a orientar sobre a forma de trabalho que a equipe de endemias realiza na visita às casas.
QUEM SÃO OS AGENTES DE ENDEMIAS DE CERRO LARGO
A equipe de endemias de Cerro Largo é composta pelos seguintes agentes: Neila Bulling, Éverton Ferreira Schwanck, Maurício John Lima e Letícia Kramer Teikowski. A equipe destacou que a principal área de atuação é na zona urbana, porém, não se descarta o trabalho na zona rural. O motivo: é na cidade que ocorre a maior concentração de pessoas. Outro ponto destacado pelo grupo é o fato de que na zona urbana a propagação do mosquito ocorre de forma mas fácil e o alimento também é encontrado mais facilmente.
FOCOS E ALASTRAMENTO
O que muitas pessoas não sabem é que os ovos do Aedes Aegypti podem sobreviver até mesmo mais de 400 dias, independente da condição climática, ou seja, pode sobreviver em períodos mais secos como em dias chuvosos. ‘‘O mosquito coloca os ovos no período de chuva. Para isso ele precisa de um recipiente com água. O que acontece é que no verão, pelo fato das pessoas ficarem fora de casa, o nosso trabalho aumenta. O inverno acaba contribuindo para a redução do alastramento, não pausa, mas diminui’’, contou a equipe.
CUIDADOS
É sempre bom relembrar os cuidados com a dengue. A equipe de Combate a Endemias salienta que a contaminação acontece através da picada do mosquito, mas nem todos eles podem necessariamente transmitir a doença. Para que isso aconteça, ele precisa estar contaminado. ‘‘Ele transmite a doença quando estiver contaminado. Desse modo, a pessoa também passa a contrair a doença e, se outro mosquito picar ela, passa a contrair e disseminar a doença pela picada’’. A fêmea é a única que faz a sucção de sangue. O macho prefere árvores e frutas.
COMO ACONTECE A IDENTIFICAÇÃO E TRABALHO
O principal trabalho da equipe de endemias é identificar os focos. Depois desse processo, é realizado um trabalho de bloqueio da área. Também é realizado a visita às casas dos moradores das proximidades. Com a confirmação do foco, a equipe de endemias atua para a desinfecção com a utilização de máquina costal com a dispersão de produto químico que aniquila o mosquito adulto.
Segundo a equipe, uma pesquisa que está em período de estudo está analisando a possibilidade da contaminação estar presentes nos ovos da fêmea do Aedes. A hipótese é de que 60% dos ovos estejam contaminados, fazendo com que os mosquitos já nasçam com Aedes. ‘‘É por isso que o nosso foco principal é a identificação dos focos, principalmente nesse período de falta de manutenção nas casas e caixas de água’’, contaram em entrevista.
Sobre as caixas de água, a Secretaria de Saúde disponibiliza kits de tratamento de água que inclui um dosador, uma pedra de cloro, uma rede para pôr por cima das caixas de água e um elástico. O material é distribuído de forma gratuita através da identificação nas casas ou através de um pedido do próprio morador. Porém, é importante salientar que o kit é entre apenas uma vez, sendo necessário que o proprietário realize, na sequência, a manutenção por conta própria.
SINTOMAS E PREVENÇÃO
É nesse período de verão que os mosquitos fazem a festa. Os casos aumentam geralmente quando é quente ou quando ocorre uma seca seguida de uma chuva que fica acumulada nos locais. Além disso, o uso de roupas curtas no verão facilita a transmissão.
Por isso, além de evitar deixar água parada, é importante utilizar repelente contra insetos. Vale lembrar que, além da dengue, o Aedes também transmite a zika e Chikungunya.
Entre em contato com a Secretaria de Saúde se tiver algum dos seguintes sintomas: gripe, dor atrás dos olhos, náuseas, manchas pelo corpo ou dor nas juntas. É necessário que a notificação seja feita pessoalmente na Secretaria ou mediante a vinda de outra pessoa comunicar a possibilidade de um caso da doença.
Além disso, o teste para comprovar a doença deve ser feito na Unidade Básica de Saúde. Teste particular não consta no índice. A Enfermeira Susana Steffens auxilia nesse processo.
Outro fator importante é a atuação das Agentes Comunitárias de Saúde. Elas também auxiliam no trabalho dos Agentes de Endemias. As denúncias concretas sobre focos de dengue podem ser repassadas pelo seguinte telefone: 9 96342548.
NOVO EQUIPAMENTO PARA O CONTROLE DO AEDES AEGYPTI
A equipe de Endemias conta com um aparelho costal para a aplicação de inseticida. Porém, é importante salientar que o equipamento apenas é usado em último caso, quando todos os demais métodos de controle do Aedes Aegypti falharem.
Os agentes de endemias contaram ao Jornal Gazeta Integração que quando houvesse necessidade, a Secretaria de Saúde solicitava o empréstimo de uma máquina para a 12ª Coordenadoria Regional de Saúde. Porém, nos picos do mosquito, a máquina costal também era solicitada por outros Municípios. Nesse sentido, a aquisição do aparelho visa desocupar a unidade da Coordenadoria e facilitar o trabalho no Município.
POR QUE É UTILIZADO EM ÚLTIMO CASO
A equipe de Endemias destacou que o uso do inseticida causa desiquilíbrio ambiental. Além de matar os mosquitos Aedes, ele também aniquilam todos os demais insetos que entrarem em contato com o produto, a exemplo de borboletas e abelhas.
Portanto, o aparelho costal com a aplicação do produto apenas é utilizado no Município quando há um número elevado de casos e o controle por outros métodos se tornar difícil. Além disso, a aplicação do produto, repassado pela Coordenadoria, segue um rigoroso protocolo, não sendo possível o pedido pelo morador.
Cuidado com pessoas que se dizem ser da Equipe de Endemias
Neste mês, foi divulgado nas redes sociais a atuação de duas pessoas que se passavam por Agentes de Endemias em São Luiz Gonzaga. Em Cerro Largo aconteceu o mesmo fato nos últimos dias. De acordo com a Secretária de Saúde Aline Klein Ledur, dois homens se passaram por Agentes de Combate a Endemias e tentaram adentrar em uma residência. Na casa havia apenas um adolescente. O caso foi relatado à Secretaria.
FIQUE ATENTO AO TRABALHO DA EQUIPE DE ENDEMIAS
Em geral, os agentes de combate a endemias atuam no horário comercial. Todos eles estão identificados com crachás, colete e mochila, constando o logo da Prefeitura Municipal de Cerro Largo. Caso o carro seja avistado, o mesmo será emblemado com a identificação do setor de saúde.
A equipe é autorizada a adentrar no pátio da residência. Para entrar dentro da casa do cidadão, é solicitado a permissão do mesmo. Se houver recusa, a equipe de Endemias NÃO irá insistir e aceitará a primeira recusa. Além disso, o atendimento somente ocorre na presença de um adulto. Caso um maior de idade não esteja presente, a equipe retornará em outro horário.
VISITAS FORA DO EXPEDIENTE
Em algumas ocasiões em que não é possível encontrar a pessoa em sua casa no horário comercial, os agentes de endemias poderão realizar a visita em outro horário. Além disso, no caso da aplicação do inseticida, os horários normais para esse processo são no início da manhã e no final da tarde.